Recebi esta reportagem abaixo por email, mas ao encaminhar gostaria de ressaltar o sistema que conheci na Alemanha, em julho de 2007, onde absolutamente nenhum passageiro precisa dar sinal para parar nenhum ônibus, é lei nacional que todo motorista deve parar o ônibus em todos os pontos que tiverem passageiros de qualquer tipo, idependente de terem ou não alguma deficiência, o motorista para, abre a porta, e se for um cego ele pode perguntar diretamente ao motorista se é o ônibus que ele deseja.
No interior dos ônibus, igual acontece nos metrôs brasileiros, é sempre anunciada a próxima parada. Então ao lerem esta reportagem abaixo, que realmente tem relevância, lembrem que o estado do Rio de janeiro possui uma lei em vigor que já obriga isto que relatei acima, datada de 2001, mas até hoje nenhum de nós fez valer.
Por favor, ao repassarem, mantenham esta minha observação acima.
Wagner Maia
*Auxílio para deficientes visuais em ônibus
Projeto de Identificador de Transporte Coletivo desenvolvido por alunos será apresentado ao poder público
Protótipo: Alunos apresentam o projeto que pretende auxiliar deficientes visuais nos ônibus; objetivo é que aparelho seja incorporado à sinalização
Mariana Torres Volta Redonda Movidos pela necessidade de apresentar um projeto de conclusão de curso e com a preocupação de criar algo que pudesse ser útil à sociedade, os alunos do 3º ano de Eletrônica da Escola Técnica Pandiá Calógeras (ETPC) criaram o “Identificador de Transporte Coletivo”.
O protótipo pretende auxiliar deficientes visuais em uma tarefa simples para a maioria das pessoas: ‘pegar’ um ônibus. O sistema é constituído por dois circuitos.
Um deverá ser acoplado ao ônibus e outro aos pontos, como um aparelho emissor, e outro receptor ou ainda codificador de informação. Na prática, funciona da seguinte maneira:
quando o ônibus se aproximar da parada, será dado o aviso sonoro informando qual o destino do veículo.
A pretensão é que o projeto seja aceito pelo município e incorporado à sinalização. A professora de eletrônica Monique Pacheco do Amaral comentou que os projetos normalmente desenvolvidos são robôs ou medidores. “Dessa vez os alunos queriam algo diferente e aplicável. A primeira idéia foi uma casa planejada com recursos para auxiliar o deficiente visual nas tarefas do dia-a-dia. Entretanto, após entrevistas, eles descobriram que a principal dificuldade para essas pessoas estava fora de casa”, contou.
Segundo a diretora da ETPC, Itacy Pereira Ribeiro, os trabalhos apresentados pelos alunos este ano demonstram a preocupação com as questões social e ambiental. “Acreditamos que o ITC poderia ser aproveitado pela cidade. Mas dependemos de recursos financeiros e da aprovação da prefeitura para que o projeto seja colocado em prática. Precisamos que alguém ‘compre’ a idéia”, sugeriu.
O estudante Wallace Pereira informou que a relação custo-benefício para a implantação do sistema é viável e existe uma base possível para sua execução.
“Indiretamente, o identificador também estará atendendo a uma necessidade dos idosos, analfabetos, além de pessoas desatentas. Será de utilidade para todos. O mais interessante é poder aplicar o que aprendemos em prol dos outros”, ressaltou.
Acessibilidade Janine Aparecida de Almeida lembrou que na hora de se deslocar de um lugar para outro, tendo que para isso utilizar o ônibus coletivo, as principais dificuldades que os deficientes visuais se deparam são:
a falta de alguém no ponto que possa orientá-lo e pessoas que se sentem incomodadas em ajudar. “Acreditamos que o meio para solucionar esse problema é a sinalização por meio de voz.
Assim, estaremos favorecendo a acessibilidade e promovendo a inclusão social, concluiu.
O projeto foi desenvolvido pelos alunos Wallace Pereira, Janine Aparecida de Almeida, Jean Carlo de Oliveira Lopes, Marceli Nunes Gonçalves, Thiago de Oliveira Loures e Nilton Simões da Silva Júnior.
Limitação impõe dificuldades aos deficientes Os deficientes visuais aprovam a implantação do Identificador de Transporte Coletivo” e torcem para que ele seja colocado em prática.
O estudante Marcel Marcondes Guimarães, de 25 anos, comentou que a principal limitação encontrada por quem não pode enxerga é o acesso ao transporte coletivo. “Enquanto a maior dificuldade para surdos e mudos é a comunicação, a nossa é a locomoção”, contou.
Marcel perdeu a visão há três anos, em decorrência de um glaucoma congênito e é categórico ao dizer que o auxílio do sistema proposto permitiria maior independência aos cegos.
Já o operador de telefonia Édson de Souza, de 47 anos, acredita que faltam políticas públicas de atenção aos deficientes visuais. Édson, que perdeu a visão há 45 anos em conseqüência de sarampo, disse que ‘pega’ ônibus todos os dias para ir ao serviço e que enfrenta muitos transtornos nesse sentido. “Não há dificuldade para ir ao serviço, pois o ônibus para em frente a minha casa. O grande problema é voltar, explicou.
Entre as dificuldades impostas estão: confundir o barulho de um caminhão com o de um ônibus; precisar da ajuda de pessoas com má vontade; e ficar dependente também dos motoristas que, desatentos, acabam passando do ponto onde os deficientes precisariam descer (o que também acontece com idosos).
Outro problema é o risco de atropelamento, já que os motoristas costumam parar distantes do meio-fio, dando espaço ao tráfego de ciclistas.
Fonte:Diário OnLine Cris Oliveira